29 de set. de 2010

Poemas de Yuri Taglieri

Não sei fazer poemas de amor:

Caminhando ao sol, à ele encarando face a face
ao lado da estrada uma poça de agua suja
demorou para consciencia limpar-se
mas está limpa, cristalina a dita cuja

Quanto mais ando, mais enxergo a vida ilusória
e os sonhos não devemos nem pensar em viver
pois assim, sempre iremos cair na mesma história
e se perder e fugir da realidade do nosso ser

Por que só no escuro vemos a beleza das estrelas?
e só nas quedas, desabrocham pessoas especiais?
e nos baixos da vida, desaparecem as interesseiras?
somos humanos, só nos cabe deixar tudo para trás

De nada sei, desconhecido andarilho nato
não vou levar minha saudade para onde eu for
da felicidade para tristeza é só um salto
querida, eu não sei fazer poemas de amor

Seria um Parnásio:


Ainda vive, agora clandestina, no meu pensar
a lembrança, aqui, quis tirar um descanso
tão confortável e acomodada na sala de estar
quanto mais eu corro atrás, menos eu alcanço

Eis o segredo, é não buscar sem algum limite
pois o jardim não tenta encontrar o beija-flor
e quando a paixão bater à porta, não hesite
rima clichê, rima clichê, somos nada sem amor

Aqui, a perfeição deve ter algo imperfeito
hoje nada é e não será como tudo foi antes
mesmo assim, há sempre algo a ser feito

Sorte honrosa sua, não sou poeta de escárnio
sim, apesar de tudo gosto de poemas simples
ai ai, de pensar que isso seria um parnásio

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